Consolo – substantivo masculino: que consola; conforto; lenitivo; consolação.
Este deveria ser o título original e traduzido para o português de “Solace“, novo thriller psicológico estrelado por
Anthony Hopkins. Não há como entender a intervenção brasileira em adaptar os títulos para cinema uma forma qualquer, imaginando que a bilheteria terá melhor rendimento. E tem?
Um serial killer está a solta. Vários assassinatos cometidos silenciosamente e da mesma forma tem acontecido deixando o FBI sem saída, a não ser buscar a ajuda de um médium para ajuda-los a solucionar todo o mistério. Uma ideia interessante e atores do primeiro escalão, mas com uma condução batida e sem surpresas ao longo de toda a história. A intenção original era fazer uma sequência de “Seven” com um dos policiais adquirindo poderes paranormais, mas a negativa na hora certa do diretor David Fincher fez com que isso não acontecesse. O brasileiro Afonso Poyart que explodiu no cinema brasileiro com o experimental (e muito bom) “Dois Coelhos” entra na contramão dos excelentes diretores brasileiros sugados por Hollywood, e acaba fazendo um filme superficial e previsível.
Impactante nas primeiras cenas e interessante até a segunda página, “Presságios de Um Crime” começa mal já no poster, onde entrega vilão e mocinho antes mesmo da estréia. Com frases de efeito e personagens caricatos, o filme vai se mostrando tão enfadonho como qualquer outra produção que não quer compromisso com o público. O roteiro acaba de confundindo com a tentativa de efeitos visuais que mais atrapalham do que ajudam. Da metade em diante não melhora: muito pelo contrário. As cenas de perseguição (típicas da “Sessão da Tarde”) que beiram o patético, onde pode se ver claramente bonecos dentro dos carros durante as colisões. A “pá de cal” vem com um grand finale de “low bullets” desnecessários, fazendo com que os Wachowski se envergonhem da própria criação e da possível lembrança da trilogia “Matrix“. Até existe a tentativa de um drama bem conduzido, deixando os personagens mais interessantes e com uma premissa bem mais açucarada, mas a condução confusa tentando a superação acabam estragando uma boa ideia.
Um grande elenco em um filme pra lá de mediano. Um diretor sem momento para grandes filmes e um desperdício de tempo que, em mãos certas fariam muita diferença. É o que serve de “consolo”.