Em tempos de super-herois e pancadarias desmedidas em filmes onde tudo o que interessa é saber quem vai vencer no final, “A Garota No Trem” surge como um hiato. Um roteiro interessante, trilha sonora de bom gosto, direção de qualidade e excelentes atuações fazem uma boa surpresa para quem vai as salas de cinema apenas por mero entretenimento.
Rachel (Emily Blunt) é uma alcoólatra desempregada e deprimida que sofre pelo seu divórcio recente. Todas as manhãs ela viaja de trem fantasiando sobre a vida de um jovem casal que observa pela janela. Certo dia ela testemunha uma cena estranha e após mais uma de suas frequentes bebedeiras, ela apaga, acordando em meio a uma série de situações que fazem sua vida virar de ponta-cabeça.
Tate Taylor já era conhecido pelos oscarizados “Inverno da Alma” e “Historias Cruzadas” e definitivamente parece ter sido um desafio e tanto fazer uma obra tão diferente dos anteriores. Porém é praticamente impossível se desvencilhar da semelhança com “Garota Exemplar“, visto as reviravoltas e final quase surpreendentes.
As atuações são um show a parte: “Blunt” no papel da alcoólatra Rachel, faz uma personagem perturbada e desgovernada sugerindo sempre um caso psiquiátrico notório. Halley Bennett e Rebecca Ferguson revezam-se como coadjuvantes de luxo instigando cada vez mais a trama entregando-se aos papéis de forma profunda, isso sem falar de Justin Theroux (The Leftovers) que ao longo da história tem sua presença crucial.
Não há como, a partir daqui, comentar alguma coisa sem se tratar como “spoiler“. Mas pode ter a certeza de que ficar grudado na cadeira não será demérito algum, uma vez que até o último momento, não se sabe realmente, quem é quem.